Normalmente eu chego ao período eleitoral sem duvidas, de consciência tranquila, pronto a votar pelo caminho que considero o melhor, nunca fui um dos que pensam que "são todos iguais" ou que "não vale a pena".
Desta vez sinto-me perdido, obrigado a minimizar danos, a escolher sem esperanças e isto quando estas eleições são talvez aquelas em que as diferenças entre as alternativas apresentadas são mais vincadas.
Temos a 3ª via do PS, o comunismo do PC+Bloco, o ultra-liberalismo do PSD e o "nós vamos para o governo!" do CDS.
O meu problema é que em Portugal não existe aquilo que a tradicionalmente se chamava social-democracia, alguém como eu, estruturalmente de esquerda mas sem ilusões revolucionárias, fica obrigado a escolher entre a irresponsabilidade do BE e a rendição do PS, que falta me faz um PEC (Partido da Esquerda Capitalista).
É com muita pena que vou por um voto na urna pelo Sócrates mas a vida é feita de compromissos e de escolhas entre o que é possível.